A Aventura da Futurologia

De facto, desde o famoso Zandinga (quiçá?) que a futurologia se tornou uma espécie de exorcismo constante que oscila entre o que se pretende e o que as coisas são (serão) de facto. Ou seja, um exercício sempre interessante mas principalmente sob o ponto de vista lúdico, não merecendo por tal muito mais relevância. É ao fim e ao cabo, uma forma de parodia a nós mesmos, se assim quisermos. Que seria de cada final de ano sem nos rirmos da Pomba Gira ou do Alexandrino? Hummm?

Nesta altura do ano faz-se por via de regra nos media um balanço do mesmo. Atrevo-me a fazer algo ao contrário que será e no caso, prever como será o próximo ano a nivel tunante.

Nada dificil, mesmo nada. Em resumo, será mais do mesmo. Aliás, numa tendência que teima em arrastar-se e que a prazo terá os seus custos. Mais acentuada será ainda por força dos tempos que atravessamos e que cada vez mais elevam o instantâneo ilusório ao pretenso patamar de genuinidade, tornando a excepção em regra e esta ultima em excepção, fazendo passar o "crime" como sendo comportamento normal e vice-versa, numa clara inversão dos mais basilares principios. Depois é uma espécie de pescada com o rabo-na-boca, onde alguns acham que porque almejaram isto e aquilo - e sabe Deus (nem tanto, mortais mesmos...) como - já se podem dar ao "luxo" de "criticar" quando a esse luxo só se podem permitir aqueles que são coerentes. Lá está, mais do mesmo.

A crise também chegou ao mundo tunante. Julgava-se que só de valores mas a esta crise junta-se a económica, onde cada vez mais se faz notar a mesma, o que se lamenta obviamente porque seguro que alheia à vontade geral. Seria, supostamente, nesta época dificil em que a crise generalizada deveria servir como estimulante a um maior combate efectivo da crise de valores, que estes ultimos deveriam ser ainda mais presentes, defendidos, estimulados. Ao invés, parece que a crise se autocanibaliza, alimentando-se a si e em si mesma a cada passo, coisa do género "perdido por cem, perdido por mil", onde aparecem sempre os abutres do costume - e outros - para, nos restos que sobram, se irem "orientando" e ainda por cima com ares de altivez quando em alguns casos, de coitados se trata, porque em crise qualquer pedinte bem vestido já se acha ministro...

A crise afinal, é comportamental. Não há cão então vai com gato e em alguns casos com rato até. Mas o grave é que deveria ser indispensável levar cão e quem levasse outro animal que não canideo deveria levar o respectivo - e merecido - correctivo; Mas não, é ao contrário e ainda por cima, entronizados às vezes. Uma paródia, é bom de ver. Quem leva sempre cão está moral e materialmente à vontade. Chato e ridiculo é ver quem mia baixinho a tentar ladrar. E andamos de crise em crise, aos pares ou aos trios de crises, a ver coisas bizarras. É grave isto? Se calhar não. Mas deixar de o constatar é capaz de ser bem pior. Resumidamente, estamos numa do género "Contemporâneos"" a cantar o "It´s Christmas Time" em versão "Salvem os Ricos" mas agora adaptada às Tunas...

É esta inversão moral que nos espera, mais coisa menos coisa. Afinal, mais do mesmo como disse acima. Fazer de conta e não descobrir o ridiculo é que é bem mais grave e por isso, fazê-lo é ponderoso. Agora, como dizia o outro, "Salvem os Ricos" que nos tempos de hoje está tudo como dizem as "Águas do Dão", de "pernas pró ar"....

Bom 2009 a todos. E já sabem, quando mais freak melhor. Quando mais normalzito, pior. Ahh, e o João Pinto - e mal!!!!! - levou vermelho directo no Mundial da Coreia/Japão porque o estomago do árbitro é que bateu no punho dele, vamos lá a ver com idoneidade, imparcialidade e sobretudo, muita sapiência!!!!!!!!!!!

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